O problema não é o défice …
Como diz Teresa de Sousa no Público, de 4 de Abril (em “Fazer melhor com menos recursos”), Portugal têm índices de gastos públicos dos mais elevados da Europa mas apresenta os piores resultados.
O gasto médio por aluno do secundário é de 5000 dólares (2001); mais do que Espanha, Grécia e Irlanda e um pouco abaixo da França – mas os “resultados” colocam-nos no último lugar da União.
O orçamento dos tribunais por habitante em Portugal é de 47 euros quando em Espanha é de 23,5 euros e, na Irlanda, é de 22,2 euros.
O número de Juízes por 100 000 habitantes é de 15 em Portugal, 9,8 em Espanha, 3 na Irlanda e 10,4 em França.
O salário de um juiz em início de carreira é, em Portugal, superior ao de um francês. No topo da carreira, continua acima do francês.
A média de gastos da função pública é de 11% na União e de 15% em Portugal.
As listas são infindáveis …
A Crise de Portugal não é o Estado ter pouco dinheiro; é precisamente ao contrário, tem dinheiro em excesso e por isso habituou-se a depredá-lo (e os subsídios da União ajudaram-no a criar esse “habito”).
Como a nossa Constituição “é a melhor do mundo”, os cidadãos não conseguem fazer nada contra essa contínua depredação da riqueza nacional.
Lançar mais dinheiro num “saco roto” não pode resolver nada.
E ..., para cúmulo, “A judiciária já foi” como diz Manuel Fernandes, no Público, relativamente às recentes mudanças na policia judiciária - ... “Ora, nesta frente, também há motivos para algum desconforto, pois ainda há menos de um mês surgiu a informação de que as prioridades em domínios de investigação criminal deixaram de incluir os crimes económico-financeiros. A orientação foi desmentida, mas para quem não acredita em coincidências …”