As pessoas são mais importantes que o défice!
Mário Soares repete-a na entrevista que o Público, hoje (5-10-05), transcreve.
Mas não é só Mário Soares que diz isso; na generalidade, as pessoas ditas de "esquerda" dizem-no com frequência.
O que me admira é não virem a terreiro técnicos (economistas) explicar a esses Senhores que só há preocupação com o défice porque, precisamente, o que preocupa são as pessoas.
A única entidade que pode não se preocupar com o défice é o Estado (que não é uma entidade abstracta); sim … o Estado, porque vive do trabalho dos que pagam impostos e é-lhe (tem sido!) indiferente a forma como aplica essa riqueza nacional (saída do “suor e ranho” de milhões de portugueses).
Quando estes Senhores dizem que as pessoas são mais importantes que o défice; de que "pessoas" estão eles a falar?
Não estão a falar, com certeza, das pessoas que são contribuintes líquidos relativamente aos impostos (mais de 70% do rendimento das famílias, ao longo de toda a vida!); estão a falar das que vivem a expensas do Estado (beneficiários líquidos dos impostos) quer directamente quer pelos subsídios e encomendas públicas (daí os interesses na “construção civil”) - só possíveis porque (e enquanto) aqueles (contribuintes líquidos) pagam impostos.
Estes Senhores ainda não “entenderam” que é preciso preocupação com o défice porque “as pessoas que não se precisam de preocupar com ele” estão a esgotar o País; estão a empobrecê-lo a cada “má aplicação” que fazem e estão a conduzir-nos, a todos nós (portugueses), para o descalabro.
Mas que raio … estes Senhores não leram “O Capital” de Karl Marx?