quarta-feira, junho 29, 2005

Cuidado … A golpada pode vir aí!

Todos nós ainda nos lembramos das causas de justificaram a subida do IVA de 17% para 19% … o défice do orçamento!

A mesma causa é, poucos anos depois, a justificação para a subida do IVA de 19% para 21%.

Deveríamos perguntar: o que andaram os políticos a fazer com acréscimo do IVA que introduziram há alguns anos atrás?

E aqui pode estar o “indício” de como pode surgir a golpada!

Apesar dos elevados impostos que os cidadãos portugueses pagam, apesar desses impostos serem dos mais altos da Europa quando indexados ao nosso PIB e ao PIB por pessoa, os níveis de qualidade dos serviços púbicos, em todos os domínios, são dos mais ineficientes (e os mais caros) da Europa.

Contudo há um domínio em que somos altamente eficientes: na remuneração dos políticos e funcionários públicos; aqui se praticam as remunerações mais altas da Europa, relativamente ao PIB português!

Bem … e eles ainda dizem que ganham pouco e que isso é forte factor de desmotivação e de impedimento na “injecção” de mais “competências” no funcionalismo publico!

Ainda há um outro domínio em que somos líderes europeus: na subsidio dependência directa e indirecta (por exemplo no tipo de rentabilidade social dos investimentos públicos que os políticos promovem e nos seus custos, “sempre” muitas vezes acima do que é orçamentado).

Pedir mais em impostos aos portugueses está a chegar ao limite máximo “admissível”. Os portugueses já hoje pagam, ao longo da sua vida, cerca de 70% dos seus rendimentos ao Estado.

As elites, a aristocracia de serviços, só tem, nesta situação, uma hipótese de aumentar os seus benefícios: transferir para os cidadãos as responsabilidades até agora assumidas pelo Estado (mal e caríssimas) sem contudo lhes diminuir os impostos correspondentes.

Ou seja, manter, ou aumentar um pouco mais, o rendimento do Estado e diminuir as transferências para a sociedade civil (prestações sociais).

Tal procedimento aumentaria significativamente a parte do “bolo do orçamento” para continuar a ser redistribuído entre a aristocracia de serviços.

Se isso sempre foi feito no passado pelos políticos portugueses porque, agora, o deixaria de ser?

Será que não é isto que o Governo e seus associados à direita, à esquerda e ao centro, se preparam para fazer: elevar os impostos, diminuir significativamente as prestações sociais do Estado e aumentar assim a sua parte na “manjedoura” do orçamento?