Lei do Arrendamento: a Imagem de um Estado Totalitário
A Lei do Arrendamento constitui mais do que a imagem de um Estado Autocrático; ela constitui a imagem de um Estado Totalitário, no sentido em que “um” património privado é “gerido” pelo Estado como se fosse seu.
As habitações (moradias, apartamentos, etc.) de arrendamento são património privado de cidadãos; são uma forma de investimento como outra qualquer.
O respectivo arrendamento constituiu, pois, uma actividade semelhante a muitas outras actividades económicas (como actividades agrícolas, industriais, comerciais, de serviços, etc.) na sua articulação com o mercado que servem.
Porque é que a negociação entre fornecedor e cliente não segue, no arrendamento, os mesmos princípios que nas outras actividades económicas?
Por exemplo, porque é que quem tem fome e não tem “posses” não pode entrar num hipermercado do Belmiro de Azevedo, encher o seu carrinho de compras e não pagar? Porque é que quem está doente e não tem “posses” não pode entrar numa farmácia e levantar os medicamentos sem pagar? Por que é que num caso e no outro os preços dos produtos não aumentam segundo percentagens estabelecidas anualmente pelo Estado.
Bem, no arrendamento, a situação é pior; mesmo quem tem posses não está sujeito a um crescimento das respectivas rendas superior ao que é estabelecida pelo Estado.
O Estado fixa a renda; o proprietário não consegue assegurar a manutenção desses bens com essas rendas (fixadas pelo Estado), mas se não reabilita esses bens, quando necessário, o Estado sente-se no direito de os confiscar: isso é Totalitarismo.
De facto, o Estado “provoca” a falência do proprietário e porque ele deixa, consequentemente, de poder reabilitar a sua propriedade, confisca-lhe a propriedade!
Há quem dirá que o Estado financia a reabilitação. Financia sim, mas em valores insuficientes e principalmente para que continue a “persistir” a situação existente: o património é privado, mas quem usufrui dele é o Estado; isto é, esse património serve os “interesses” do Estado (da sua aristocracia de serviços) contra o dos seus legítimos donos.
Este comportamento, sem dúvida totalitarista, do Estado português é bem pior que o “totalitarismo comunista”; aqui, pelo menos, há a transparência em confiscar previamente o respectivo património aos cidadãos.
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