sexta-feira, fevereiro 17, 2006

“Um” Eucalipto seca Portugal

Não sei se é verdade que os Eucaliptos não deixam crescer nada à sua volta; já ouvi, quem o dissesse (a maior parte) e quem o ache um exagero (a minoria).

Se assim for, a imagem do Eucalipto representa bem a relação ente o Estado Português e o Povo Português.

O Estado Português tem vindo, desde o 25 de Abril, a ampliar continuamente a sua intervenção sobre tudo e todos; a burocracia e o intervencionismo na sociedade portuguesa têm aumentado de forma contínua e, evidentemente, são cada vez maiores as taxas de extracção (impostos) a que a sociedade civil tem estado sujeita.

Para cada novo problema que surge (aumento do desemprego, diminuição da competitividade, etc.) a solução é sempre a mesma: mais intervencionismo, mais regulamentação e, evidentemente, mais impostos; em suma, menor capacidade de exercício da cidadania por parte dos cidadãos portugueses.

A concentração do poder da Nação no Estado nunca foi opção que tenha conduzido ao desenvolvimento de qualquer País (a não ser pontualmente e por períodos de curta duração, como em situações excepcionais motivados por guerras).

Ao longo da História Humana, à concentração dos poderes de uma Nação no respectivo Estado sempre correspondeu a longos períodos de estagnação e, frequentemente, deram origem à implantação de ditaduras (unipessoais ou corporativas).

Pelo contrário, à diminuição do intervencionismo do Estado na sociedade e ao alargamento da capacidade de exercício da cidadania (e, até, do seu controlo sobre o Estado) sempre correspondeu crescimento, inovação e desenvolvimento.

Evidentemente não se pode dizer que as opções concentracionistas e interventoras do Estado Português na sociedade são exclusivamente uma questão de opção ideológica (de esquerda, por exemplo).

De facto, esse concentracionismo e esse intervencionismo associado a um contínuo esmagamento da capacidade de exercício da cidadania por parte dos portugueses têm vindo a ser fortemente favorável às elites políticas, públicas e para-públicas (corporações privadas) que tomaram conta do Estado português; essas elites são beneficiárias líquidas dos impostos, enquanto que a larga maioria dos portugueses são os seus contribuintes líquidos.

Nas ditaduras esclarecidas (“esclarecidas” devido aos seus resultados nas respectivas sociedades) as elevadas taxas de extracção (impostos), a que as respectivas sociedades civis estão sujeitas, convertem-se em investimentos úteis e reprodutíveis.

Mas…, não é isso que se passa em Portugal; cada novo investimento público corresponde a mais um desperdício da riqueza nacional, a mais um “tiro no pé”. De desperdício em desperdício, quer da riqueza nacional (extraída através dos impostos) quer das ajudas europeias, o País tem-se mantido, firmemente, no último lugar na Europa.

Ou seja, o Estado retira, a taxas inauditas, a riqueza que os cidadãos criam, para a redistribuir em consumo e "investimentos" inúteis ou "sem retorno"; em simultâneo, o Estado impede os cidadãos de poderem agir no seu próprio País (de facto, o Estado Português comporta-se como se não acreditásse nas competências dos cidadãos portugueses e da respectiva sociedade civil).


O Estado Português acabou por se transformar no Eucalipto que seca o Povo Português e Portugal.