segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Governo … preocupado com os reformados?

Na última semana, vários foram os acontecimentos que fizeram retornar ao debate a situação dos reformados em Portugal – dos que têm uma “pensão de miséria” e não daqueles que têm várias pensões (e adquiridas antes da idade de reforma).

Ainda há quem diga que as “pensões de miséria” são o resultado do Pais ser pobre; é tão pobre que não pode pagar melhor!

Com excepção de algumas situações excepcionais, os velhos vivem mal, na sua reforma, porque ao longo da sua vida foram intensamente explorados; mas não foram explorados pelos seus patrões (como muitos pensam), foram explorados pelo Estado Português.

Segundo as minhas contas (demagocracia.blogspot.com), por cada 100 euros de rendimento, cada português terá pago em média 70 euros ao Estado Português, ao longo de toda a sua vida – quem, nestas circunstâncias, pode chegar à idade de reforma com a vida suficientemente organizada para viver de forma, relativamente, independente do Estado?

Até agora o Estado Português não tem sido o garante da nossa “reforma”; de facto, até agora, o Estado Português tem sido o garante da nossa miséria na reforma.

Da maioria, claro está; para que alguns tenham boas e múltiplas reformas, auferidas antes da idade de reforma e pagas pelos nossos filhos.

Solidariedade …, dá-me vontade de rir!

Como se pode falar em solidariedade quando a maioria vive na miséria (porque pagaram impostos absurdamente elevados) e outros (reformados, mesmo sem idade para tal) vivem na opulência porque vivem dos impostos pagos, também, pelos filhos dos que vivem na miséria?

O equacionando da qualidade de vida dos reformados (aliás, como de outros) passa pelo reequacionamento da exploração que o Estado Português exerce sobre o povo português e não por mais impostos em nome de uma solidariedade que afinal não está presente nas mentes de quem decide.